Salvador chorou...

Dia 14 de Janeiro de 2008, o dia começa com chuva forte em Salvador - Bahia e assim permanece até suas horas finais. Interpretei aquela chuva toda, que há muitos dias não caía, não como mais um fenômeno natural, porém como um choro de despedida daquela cidade, eu também estava chorando por dentro, não queria deixar Salvador. É certo que nós sempre vemos tudo a partir de nosso ponto de vista e estado de espírito, pois não fugindo a regra, pelo menos nisso, eu interpretei e senti todo aquele temporal dessa forma. Dia 14 termina, começa o seu sucessor 15 e nas primeiras horas eu deixo essa terra maravilhosa, horas depois desembarco no Rio Grande do Norte.

A Bahia, e em especial Salvador, é um lugar mágico, que para mim transmite uma energia indescritível, não há como colocar em palavras as coisas boas que sinto lá. O lugar realmente é mágico, aguça minha sensibilidade, criatividade, maturidade e coisas essenciais a vida. Amo, no sentido amplo da palavra, o povo baiano, aquelas ruas, sotaque, cultura e tudo mais. Posso dizer, sem dúvida, que me sinto vivo naquela terra, eu sinto mais, choro mais, sofro mais, penso mais, sorrio mais, penso e aprendo mais, enfim a vida é "mais...".

Foi a 3ª ou 4ª vez que fui à Salvador, é sempre muito especial e importante estar lá, mas dessa vez algo diferente aconteceu e mudou algo forte em mim, sinto isso. Ao mesmo tempo que tenho o prazer de falar de tão maravilhosa terra, eu me pego sem entender e me culpando pelo fato de não ter tamanho culto a minha terra: Natal, um lugar tão especial, que eu queria realmente poder sentir e falar da mesma forma.

Nesses 25 dias que estive ausente não senti, em momento algum, saudades de Natal e ao ter de voltar fui invadido por uma grande tristeza que continuou ao desembarcar no aeroporto e continua, com menos intensidade até esse exato momento.

Bahia, até a volta!